Hexcrawl

Setembro de 2019, o mês em que rolei um encontro com o Hexcrawl

O último post que eu fiz aqui foi em 2017. De lá pra cá me enfiei em outras atividades e me convenci de que não dava mais para jogar RPG. Faz uns meses que eu assinei a Dragão Brasil e (acho que não tô sozinho nessa) ela fez aquela brasinha do RPG que estava dormindo pegasse força outra vez.

Durante esses anos eu continuei lendo algumas coisas de fantasia, rpg e vez ou outra assisti alguns episódios de mesas gringas de RPG. Se bem me lembro, assisti a primeira temporada de Critical Role inteira, achei bacana mas era tipo assistir um filme americano. Você já até conhece Nova York de tanto ver ela em filmes, mas não é sua casa, é um treco distante que você só ouviu falar e essa é até hoje a impressão que eu tenho da maioria das streams de rpg. Até que eu encontrei recentemente o canal Regra da Casa que me levou ao Perdidos no Play e às partidas de Ouro & Glória.

Tosqueira da melhor qualidade. Ver os episódios de Ouro & Glória me deu a sensação de ser moleque, chegar na casa de um dos amigos, estar rolando rpg e sentar ali pra ver a parada desenrolar enquanto comia aquele pacote de bolacha ou salgadinho isopor. Rolou uma conexão com aquela época onde a galera morria, derretiam braços e pernas em armadilhas de ácido, todo monstro matava e a cara impagável do mestre de perder aquele encontro que ele achava que ia matar geral quando um jogador descobria pela primeira vez que em salas de masmorra cheias de coisas e monstros era só jogar óleo pegando fogo, fechar a porta e ficar segurando ela enquanto os monstros gritavam desesperados lá dentro. Podia tudo. Nosso heróis eram mais inspirados no Conan do Schwarzenegger (claro que olhei no google pra ver como escrevia) e em filmes da sessão da tarde do que em heróis épicos que saem na porrada com deuses. Melhor ou pior? Não sei, mas era assim que a gente jogava e era gostoso pra caralho.

Inspirado por Ouro & Glória, quis experimentar o hexcrawl e entendi que uma das bases dele poderia ser a narrativa emergente. A coisa vai sendo construída ali enquanto todo mundo joga, os jogadores sabem que a exploração traz a morte certa se estiverem descuidados e se unem, o mestre está ali jogando com eles. Todo mundo unido pra jogar RPG e tentar extrair o melhor do que acontecer através das rolagens aleatórias. Foi quando entendi isso que entrei em contato com um amigo e jogador das antigas pra ver se rolava montar uma mesa aberta. Rolou. Comecei então a preparar o mapa de forma frenética. Ia de casa pro trabalho, academia, e voltava pra casa pra ler sobre Hexcrawl, fazer as rolagens para gerar o cenário, pensar sobre como faria o negócio acontecer etc e tal.

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Tô participando de um grupo no Facebook chamado Hexcrawl Brasil e percebi que muita gente tem dúvidas e certa insegurança sobre como jogar Hexcrawl. Eu de forma alguma tenho experiência suficiente para dar pitacos sobre como fazer, mas quero contar essa história para incentivar. Tem mais dois posts além desse que são: Como preparei a primeira sessão e Como mestrei a primeira sessão. Dividi para que não fique extenso 🙂

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