Hexcrawl

A base do meu Hexcrawl

Certeza eu não tenho nenhuma e nem acho que seja bom ter certezas sobre RPG, cada grupo joga de uma forma e pronto, cada mestre tem sua lista de importância no preparo e na mesa. Só que se você quer jogar o hexcrawl maroto, quer botar seus jogadores contra tabelas de encontro aleatória completamente sem balanceamento e eventos especiais bizarros, tem uma coisa que vai servir como uma das principais forças motriz para rodar isso: marcar a porra da sessão.

Vou disponibilizar aqui as fontes que usei para povoar meus hexes, mas antes de tudo, tenha em mente que você terá na sua frente, se seu mapa for pequeno, mais de 30 hexes para popular. Isso pode ser basicamente como criar 30 aventuras ou encontros significativos e puta merda, muitos mestres de RPG (eu incluso) sofrem daquela mania do “é galera, tô quase acabando aqui de preparar, quando estiver pronto a gente marca” e a conta é fácil, essa data nunca chegará. Então marque o jogo. Conte para as pessoas o que você tá planejando e marque para daqui duas semanas ou quando todo mundo puder, esse é o tempo que você tem e mesmo que seja no próximo final de semana, acredite, vai ser o suficiente parar preparar tudo.

O primeiro ponto é fazer um mapa. Eu usei esse aqui para fazer os esboços iniciais:
Hexographer

Todas as postagens nos blogs de OSR falam: não desenvolva a porra da cidade ou os jogadores vão querer ficar nela. Crie uma comunidade na borda do mundo ou de algum lugar que inspire a exploração e dê motivos aos jogadores para que eles queiram sair daquele buraco com casas.

Gerado aleatoriamente ou feito na unha, tanto faz. O importante é ter essa abstração de mapa na sua frente. A partir disso, é só rolar o dado e usar tabelas aleatórias para ir gerando o que tem em cada um dos hexágonos.

0 – Esse post feito pelo PEP que me ajudou a entender uma possível dinâmica para encontros aleatórios

1 – A tabela que o Rafael Balbi usou e usa em Ouro & Glória

2 – Essa tabela foda feita pelo PEP

3 – Esse post e a continuação dele no Welshpiper

Mas e aí, o que fazer com tudo isso?

Tem essa sequência de posts aqui, do The Alexandrian, que explica detalhadamente tanto como povoar os hexes quanto como manter a exploração funcionando em termos de mecânicas. Assistindo os jogos do Ouro & Glória e também logo de cara na sessão que mestrei, entendi (na minha cabeça, pode ser que na sua seja outra coisa) que todas as mecânicas no hexcrawl servem só para que o mestre consiga materializar a abstração para os jogadores. Dá para explicar para os jogadores como as coisas funcionam, mas há zero necessidade disso para o jogo rodar tranquilo.

Essa preparação me tomou duas semanas. No final eu tinha um mapa de 10×10 (realmente recomendo que você comece pequeno ou que isole uma parte do mapa grande e fique só nele) e entradas roladas aleatoriamente para todos os Hexes. Fiz algumas tabelas de encontros aleatórios para florestas, colinas e planícies, aleatoriamente escolhi alguns monstros mais loucura que eu sabia que estariam fazendo alguma coisa naquela área (mas não sabia o que). Com isso em mãos, comecei a ler as chaves dos hexágonos não isoladamente, mas como um grupo coeso geográfico e o cenário começou a aparecer ali, já sabia mais ou menos onde os montros loucuras estariam e o que estariam fazendo. Tudo foi ficando claro e decidi parar. O próximo passo era fazer aquilo virar verdade no dia do jogo, junto com os jogadores.

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